Coletivo De Que Lado Você Samba?


sexta-feira, 19 de novembro de 2010

CARTA DA ENESSO SOBRE O ENADE

CHAMAMENTO A AÇÃO POLÍTICA


            Neste ano os estudantes de Serviço Social se prepararam para mais uma prova do Exame Nacional de Avaliação do Desempenho Estudantil – ENADE - que compõe o Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Superior, portanto se faz necessário um esclarecimento de uma posição firme da ENESSO frente a esta tarefa política.
            O acúmulo histórico do movimento estudantil bem como uma análise e crítica do Serviço Social se faz necessária para compreender quais serão as estratégias utilizadas para uma superação do modelo atual de avaliação.
            A implementação do ENADE/SINAES a partir da Lei n°10.861, de 14 de abril de 2004, no Governo Lula, substituindo, assim o chamado Provão, praticando na sua superfície uma avaliação diversa, mas que na sua essência ainda mantinha muito dos indicadores de análise utilizados pela reforma universitária de Fernando Henrique Cardoso.
            Tais indicadores, os quais compõem uma avaliação que responsabiliza somente os estudantes pela avaliação do ensino superior, não afere a pesquisa e a extensão, o que seria de fundamental importância se considerando um tripé da universidade para a produção do conhecimento. Além de promover um ranking entre as escolas do mesmo curso impondo uma lógica de disputa pelas verbas, ou seja, continuando sem condições de melhorar o ensino.
            A contradição explícita do ranking faz parte da política de precarização do ensino superior brasileiro, pois o apontamento é que a escola tem uma nota baixa numa avaliação sobre seu ensino, a melhora seria propiciando na medida que recebesse mais verbas e não o contrário.
            A democracia universitária, os mecanismos de participação dos setores que compõe o corpo da universidade também não são considerados, como a assistência estudantil (política que assegura a manutenção dos estudantes na universidade, bolsa, alojamento, bandejão, transporte...) e que não são contemplados nesse exame.          
            A lógica, portanto, da mercantilização e competição sacramentada pelos sistemas de comunicação que apresentará, ao final do exame, quais as escolas são “as melhores” e quais irão afundar na precarização, deve ser combatida ativamente pelo movimento estudantil!
            O movimento estudantil sem ilusões governistas e fantasias do que seria essas  e outras etapas da reforma universitária já iniciada  em 95 por FHC se posiciona contra essa lógica e apresenta uma política/postura de boicote ao ENADE.
            As estratégias do boicote devem ser compreendidas em sua totalidade, e se tratando do Serviço Social, a ENESSO entende que é fundamental uma atitude massiva e enérgica dos estudantes, bem como um aprofundamento do debate junto a categoria profissional e suas entidades representativas (CFESS/CRESS e ABEPSS). De fato, precisamos avançar nos estudos e nos apropriarmos dos documentos que a categoria lança, e buscar estratégias unificadas.
            É de fundamental importância que a categoria profissional se aproxime do debate e da luta com os estudantes dentro da universidade brasileira, mas a partir de uma orientação advinda, também, das representações da categoria (CFESS/CRESS, ABEPSS e ENESSO) e com isso, avançar numa direção clara de defesa da universidade com o tripé, ensino, pesquisa e extensão, laica, socialmente referenciada e imbuída de um projeto de universidade emancipadora que defendemos.
            O chamado que a ENESSO faz é para que todos e todas aqueles/as que entendem que essa avaliação não contempla a compreensão que temos, de como ela deve ser feita, que nos ajude a mobilizar o boicote/ ENADE NOTA 0 em todo o Brasil, com subsídios de debate, mas para que o processo vá mais além, uma construção em longo prazo, através de GT e estudos que construam uma avaliação do ensino superior que esteja ligada com a defesa da universidade que queremos.
             “Dessa forma, os estudantes reafirmam neste momento a defesa do ensino público e a revogação do SINAES. O ENADE, avaliação do SINAES aplicada diretamente aos estudantes será realizada dia 21 de novembro de 2010. Nesta data nós temos a oportunidade história de mostrar à sociedade brasileira e ao governo federal que não ficaremos de braços cruzados frente à transformação de nossas universidades em fábrica de diplomas. Neste sentido, convocamos os estudantes que foram intimados para realizar o exame a zerar a prova, como forma de denúncia e luta contra a privatização e a desqualificação da Universidade Brasileira” – Caderno de texto para o FENEX.
 
 

VAMOS AS LUTAS, VAMOS AO BOICOTE/ENADE NOTA ZERO.

Executiva Nacional dos Estudantes de Serviço Social – ENESSO.

domingo, 7 de novembro de 2010

Nossas propostas pra fazer o DASS mudar!

Conjuntura

- Lutar por uma sociedade mais justa e igualitária;
- Fazer uma discussão sobre os impactos da crise econômica da Europa no Brasil.
- Solidariedade a todas as lutas dos trabalhadores dentro e fora do Brasil, contra a criminalização dos movimentos sociais!
- Solidariedade ao povo haitiano. Contra a ocupação das tropas brasileiras no Haiti!
- Defesa do patrimônio nacional, contra as privatizações. O petróleo tem que ser 100% estatal!
- Unificar as lutas entre estudantes e trabalhadores, fortalecendo a aliança operário-estudantil.

Educação

- Por uma educação pública, gratuita, de qualidade e socialmente referenciada. 10% do PIB para a educação!
- Expansão com qualidade, pela revogação do Reuni do governo federal, construindo o projeto de lei da expansão proposto pela ANEL e o ANDES-SN!
- Fazer uma pesquisa de como anda o curso de Serviço Social (professor@s, estrutura, etc.) com o Reuni.
- Fazer uma avaliação dos/das professores pelos estudantes de Serviço Social e discutir com o pleno as possíveis reivindicações do curso.
- Dar continuidade a pesquisa sócio-econômica d@s estudantes para servir de base para ampliação da Assistência Estudantil em Serviço Social.

Universidade

- Queremos nos formar, o jubilamento não é a solução, revogação já!
- Reabertura imediata do Restaurante Universitário a um real. Que sirva como restaurante-escola e ampliação do acesso a tod@s @s estudantes!
- Contra a precarização das bolsas da UFPE, ampliação da pesquisa, extensão, monitoria e bolsas DAE.
- Pelo fim das bolsas trabalho, incorporação d@s estudantes à iniciação científica e bolsa estudo. Concurso público para técnicos.
- Contra o golpe da Correnteza! Pela abertura do DCE combativo e de luta, com uma comissão eleitoral honesta para que o pleito seja limpo.
- Articulação entre estudantes, professores e servidores na luta pela universidade que queremos.
- Democracia na universidade! Pela paridade nos Conselhos Universitários e escolha direta para Reitor.
- Aprofundar o debate sobre o boicote ao ENADE.

Formação Profissional

- Pela defesa de uma formação profissional crítica e de qualidade.
- Contra o ensino em Serviço Social na modalidade EAD.
- Fomentar o debate sobre a importância da pesquisa para o Serviço Social, com a divulgação da produção dos grupos de pesquisa.
- Promover curso de férias.
- Realização de Seminário de eletivas para que @s estudantes escolham as eletivas que podem ser oferecidas.
-Estimular a produção de trabalhos d@s estudantes do curso e a participação nos encontros.

Movimento Estudantil

- Discutir em assembléia de estudantes o papel que a União Nacional dos Estudantes vem cumprindo e a participação em seus fóruns.
- Por um NOVO movimento estudantil, democrático, independente, combativo e de luta!
- Discutir a necessidade da organização estudantil a nível nacional.
- Participar dos fóruns da Assembléia Nacional dos Estudantes – Livre (ANEL).
- Participar da construção do Congresso Nacional dos Estudantes da ANEL em 2011.
- Jornal trimestral de Serviço Social.
- Reuniões Periódicas abertas para @s estudantes.
- Realização de assembléias do curso e reuniões por período e por turno.
- Eleições de representantes de turma semestrais, garantindo o fortalecimento do CORETUR (conselho de representantes de turma).
- Participação nos encontros e fóruns gerais e de área do MESS.
- Semana de Serviço Social e recepção aos calour@s.
- Reformulação do Estatuto do DASS UFPE.
-Por carteiras de estudante a preço de custo e com contribuição voluntária. Contra a contribuição compulsória das carteiras de estudantes da UNE, UEE, etc.
- Realização do pré-coness, pré-coress, pré-eness, pré-eress como espaços de grande importância para a formação político-profissional.

Opressões

- Contra toda forma de opressão, pela criminalização do racismo, homofobia e machismo.
- Contribuir com atividades extracurriculares com essa temática na nossa formação profissional.
- Discutir cotas, descriminalização e legalização da maconha e aborto.
- realização de uma mesa sobre transfobia.
- Pela politização das paradas da diversidade e contra a banalização desses espaços.
- Discutir a importância da inclusão de uma cadeira que aborde o debate sobre opressões ( gênero, questão étnico-racial, etc.)

Cultura

- Contra o veto das calouradas na UFPE. Pelo livre acesso aos eventos culturais na universidade, espaço público deve ser gratuito!
- Defesa de uma cultura e arte independente e não mercantilizada. Que a Universidade seja uma espaço plural de criação e incentivo a arte!
- Apoio e divulgação dos movimentos artísticos e populares.
- Exposição da cultura alternativa com a participação e produção d@s estudantes do curso.
- Contra a restrição da meia-entrada!

Eleição DASS UFPE - De Que Lado Você Samba? CHAPA 2

Estamos em pleno processo eleitoral para gestão 2010/2011 do DASS-UFPE. Para nós do Coletivo De Que Lado Você Samba enquanto chapa 2, significa um momento de grande importância pois enxergamos no Diretório Acadêmico um instrumento necessário para nossa organização e que deve estar no dia-a-dia d@s estudantes, no sentido de entender nossos problemas e traçar caminhos para a defesa de nossa formação profissional de qualidade, ultrapassando também os muros da universidade e construindo espaços com @s jovens que se encontram fora dela. O distanciamento da última gestão (agora como chapa 1: Quebrando Pedras, Plantando Flores) do conjunto d@s estudantes não possibiltou que o DASS cumprisse esse papel, de construir um Movimento Estudantil combativo, livre, atuante, democrático e presente. Combatemos esse modo de atuar da UNE, Queremos trazer debates sobre temas centrais (opressões, conjuntura, educação, cultura) e construir outro tipo de prática distinta da que vimos neste último ano! 


 

Leia nossas propostas e venha construir conosco essa alternativa!

domingo, 26 de setembro de 2010

Rumo ao Primeiro Congresso da ANEL!!! Em 2011

Assista o vídeo do 1° Congresso da ANEL no Youtube!



Carta a todo movimento estudantil independente do Brasil
Todos ao 1º. Congresso da ANEL!

O movimento estudantil brasileiro já deu provas de sua força em diversos momentos da história do país. Seja na luta pelo petróleo, contra a ditadura, por democracia e educação pública ou pelo “Fora Collor”, os estudantes mobilizados sempre tiveram protagonismo no desenrolar dos rumos do Brasil. Quando aliados aos trabalhadores, a força da luta estudantil pôde impulsionar os caminhos mais progressivos a serem construídos. Somos, em primeiro lugar, estudantes de todo o país que seguem acreditando nessa força.
Há, no entanto, um desafio inédito para o movimento estudantil que resta à atual geração de lutadores responder. A falência política da entidade mais tradicional no país, construída por tantos e tantos jovens brasileiros, exige a mais ousada perseverança daqueles que não se venderam. A velha União Nacional dos Estudantes já não existe mais. Dela resta apenas uma sigla, sempre associada, nos últimos anos, à vinculação sem princípios ao governo Federal. A independência política foi rasgada, em troca de um lugar cativo nos palanques do governo e confortáveis gabinetes do Ministério da Educação. Assim, a UNE abandonou os estudantes lutadores, em favor da companhia de novos amigos, como Sarney, Collor e Severino Cavalcanti. E, assim, a antiga catalisadora de sonhos e conquistas da juventude brasileira já não é mais do que uma mesquinha máquina de propaganda oficial.
Mas, felizmente, não são poucos os estudantes, país afora, que simplesmente não se adaptam a essa situação. A traição pôde matar a nossa entidade, mas não sufocou nossa rebeldia. E foi, precisamente, da resistência ao conformismo que nasceu a Assembléia Nacional dos Estudantes – Livre, a ANEL. Aquele Congresso Nacional de Estudantes, em 2009, que fundou a nova entidade, sabia que sua responsabilidade não era simplesmente a de criar um novo aparato. O esforço a se fazer era, sobretudo, o de manter viva a independência do movimento estudantil, em base a um programa de defesa intransigente da educação pública - em unidade justamente com aqueles que mais se vêem afastados da plenitude desse direito: os trabalhadores.
Hoje, completado o primeiro ano de vida da ANEL, aqueles estudantes que ousaram dar um passo rumo ao novo, têm muito a comemorar. Lutaram contra a desconfiança e o ceticismo e agora vêem seu projeto ir adiante. Eles sabem que, frente ao corte de verbas na educação durante a crise econômica mundial, foi importantíssimo ter uma entidade nacional lutando pela educação, enquanto a UNE permanecia calada. Sabem da importância de ter uma entidade nacional gritando “Fora Sarney”, ao passo que a UNE lavava as mãos frente aos escândalos de corrupção.
A solidariedade aos trabalhadores do Haiti, vítimas da ocupação militar e do terrível terremoto, além da luta pelo petróleo para o Brasil, encontraram na ANEL um catalisador entre os estudantes. O novo ENEM, com a imensa campanha publicitária que o acompanhava, também teve na nova entidade uma voz de resistência. Além de suas campanhas gerais, a ANEL segue em luta pela qualidade no ensino brasileiro – ameaçada pela escassez de verbas e pelos projetos de privatização.
E é com orgulho que a entidade dá sua contribuição ao resgate de concepções que pareciam perdidas. A concepção de um movimento estudantil aliado aos trabalhadores, ao manter-se filiada a CSP-CONLUTAS, assim como a democracia em suas decisões, tomadas em fóruns controlados pela base dos estudantes.
Assim, a ANEL valoriza sua curta trajetória, mas, sobretudo, encara o futuro como um imenso desafio. Em primeiro lugar, a ANEL quer seguir impulsionando a unidade do movimento estudantil combativo. Nas iniciativas unitárias, nas chapas conjuntas nas eleições das entidades e na luta concreta do cotidiano, a entidade deve prosseguir orientada a rechaçar toda autoproclamação e lutar ombro a ombro com todos aqueles que se mantém com independência – seja os que constroem a ANEL ou não. Ao mesmo tempo, desenvolver o patrimônio já acumulado pela entidade deve estar a serviço da luta pelo programa da educação pública, gratuita e de qualidade.
Portanto, na perspectiva de fortalecer a capacidade de luta do movimento estudantil, a ANEL convoca o conjunto dos estudantes lutadores brasileiros para seu 1º. Congresso Nacional, no ano de 2011. Esse congresso, que poderá dar forma mais acabada à entidade, terá também a missão de coordenar e organizar nacionalmente as lutas do movimento estudantil. Sabemos que o Congresso da UNE é incapaz de cumprir essa tarefa, porque estará totalmente submetido ao governo federal. Assim, nosso congresso está de portas abertas a todos aqueles que não venderam, pois a unidade entre esses é que pode arrancar conquistas frente a governos e reitorias. Por isso, contamos com a presença em nosso congresso dos lutadores que ainda não estão na ANEL, a fim de fazerem uma experiência com a organização de nossa entidade.
A organização do 1º. Congresso da ANEL e o debate na base em torno a ele começam dede já. A Comissão Organizadora estará aberta a adesão de quaisquer entidades ou ativistas que queiram tomar parte em suas decisões. Essa comissão definirá a data, o local, o formato, a programação e tudo o que é necessário para organizar um grande e vitorioso congresso. É hora de grêmios, centros acadêmicos, DCE´s e executivas de curso se somarem a esse processo e darem sua cara ao desafio que estamos construindo.

sábado, 25 de setembro de 2010

VI Seminário Regional de Formação Profissional e Movimento Estudantil em Serviço Social - SRFPMESS

VI SRFPMESS

TEMA: Reflexos da Crise do Capital na Formação Profissional e as Implicações na Organização do MESS: “Não aceiteis o que é hábito como coisa natural, pois em tempos de desordem sangrenta, de confusão organizada, de arbitrariedade consciente, de humanidade desumanizada, nada deve parecer natural, nada deve parecer impossível de mudar!


A humanidade se divide em dois grandes grupos, o grupo dos que não comem e o grupo dos que não dormem com medo dos que não comem” 
(Josué de Castro).

        O Seminário Regional de Formação Profissional e Movimento Estudantil em Serviço Social (SRFPMESS) caracteriza-se como um espaço de contribuição à formação profissional e ético-política das (os) estudantes de Serviço Social a nível regional, através da realização de palestras, oficinas e apresentações culturais com discussões de temas pertinentes à formação nesses âmbitos. Constitui-se, ainda, espaço de incentivo à produção científica na área, a partir da construção de momentos destinados à apresentação de trabalhos pelas (os) participantes envolvidas (os). Ao mesmo tempo, o SRFPMESS, visa intensificar a articulação e organização do Movimento Estudantil de Serviço Social (MESS) através da permutação dos diversos sujeitos envolvidos nesses processos.
            Este ano a Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Campus I, irá sediar o VI SRFPMESS, entre os dias 13 a 15 de Novembro. Este SRFPMESS destina-se a estudantes de graduação do curso de Serviço Social que compõem, sobretudo, as Escolas da Região II (CE, RN, PB, PE). No entanto, estudantes e profissionais de demais áreas de conhecimento, entre outros interessados, também poderão participar.

ATENÇÃO:  Entre no blog http://srfpmess2010.blogspot.com/ e fique por dentro das normas de envio de trabalho, programação, contatos, prazos e muito mais.

domingo, 19 de setembro de 2010

Estatudo da Igualdade ou Desigualdade Racial?

 
O Estatuto da Igualdade Racial é um documento criado para estabelecer diretrizes e garantir direitos para a população negra brasileira, vítima do processo histórico de escravidão. Após mais de dez anos sendo discutido no Congresso, ele foi aprovado no último dia 16 de julho no Senado e sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no dia 20 do mesmo mês.

O que parecia ser um avanço, pois finalmente o Estado Brasileiro iniciaria o processo de reparação histórica para os afro-descendentes, não passou de um acordo entre a burguesia racista e ruralista, representantes dos senhores e do agronegócio no congresso. Acontece que após anos de debate com a “ala” que resistia a sua aprovação, o texto original sofreu grandes mudanças, e foram retiradas as propostas que dariam o sentido reparatório ao documento.

As primeiras alterações feitas no Estatuto pela Câmara dos Deputados, em 2009, não garantiam recursos para a sua execução, portanto os gestores públicos não se sentiam na obrigação de colocá-lo em prática. No entanto, é o texto aprovado pelo Senado Federal em julho de 2010, que representa a maior traição à luta do povo negro no Brasil. O Estatuto da Igualdade Racial acabou sendo fruto de um acordo entre o senador Paulo Paim (PT) - responsável pelo texto original, o senador Demóstenes Torres (DEM) - relator do projeto e representante da bancada ruralista e Elói Ferreira ministro chefe da SEPPIR (Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial).

Este acordo desconsiderou as bandeiras de luta, históricas do povo negro, uma vez que o texto aprovado EXCLUIU: as cotas para negros nas Universidades, nos partidos políticos e nos serviços públicos; a garantia do direito à titulação das terras quilombolas; a defesa e o direito à liberdade de prática das religiões de matriz africana; e por fim não fez qualquer referência à necessidade de atenção do Estado ao genocídio cometido pelas polícias que vitimam a juventude negra.

E para não falar que mais grave do que a supressão destas questões, o texto do senador Demóstenes, aceito por Paulo Paim e pela SEPPIR, negou-se a reconhecer os efeitos dos mais de 350 anos de escravidão e a existência de uma identidade negra no país. Vale lembrar que o senador Demóstenes é aquele que na audiência pública sobre as cotas, afirmou que as mulheres negras escravizadas mantinham relações sexuais consentidas com os seus senhores. Cabendo aqui mostrar quem são os (ir)responsáveis pela redação e aprovação deste Estatuto, tudo sob os olhares e submissão dos negros da SEPPIR, que nem de longe representam os anseios dos movimentos da luta negra no Brasil.

 
Por Renata Carvalho – CASS - UFRN

sábado, 18 de setembro de 2010

Semana Serviço Social em Debate: Corra Camarada, o velho mundo vem atrás de ti!


O Coletivo De Que Lado Você Samba em seu momento de recente construção realiza em conjunto com o Coletivo Não Pare Na Pista e a ANEL (Assembleia Nacional do Estudantes - Livre), contando com o apoio da coordenação do curso de Serviço Social, a Semana Serviço Social em Debate: Corra Camarada, o velho mundo vem atrás de ti! Esse espaço tem por finalidade debater algumas temáticas de grande relevância: formação profissional, cultura, opressões e movimento estudantil. Contamos com a sua presença! Confira a programação:


21.09 (Terça-Feira)

Abertura – Boas-Vindas (início: 9h /Local: Anfiteatro do CCSA)

Composição da Mesa: ANEL, Coletivo Não Pare na Pista e Coletivo De Que Lado Você Samba?


Mesa: Formação Profissional em Serviço Social – Avanços e Dilemas (início: 9h30min / Local: _______________)

Eixo 1: Uma breve trajetória histórica: O significado social da profissão e suas competências. (Profª Drª Graça)

Eixo 2: A particularidade da atuação do Serviço Social em diferentes espaços sócio-ocupacionais.

Cristina Isabel - Mestranda em Serviço Social, Assistente Social do Tribunal de Justiça-PE e comissão sócio-jurídica do CRESS – Conselho Regional de Serviço Social (Sócio-Jurídico)

Mayara Mendes – Assistente Social da Prefeitura de Olinda (Criança e Adolescente)

Nathália Rodrigues – Mestranda em Serviço Social e Assistente Social da UPA (Saúde)


Mesa: A Situação da Mulher na Contemporaneidade (início: 14h / Local: ______________)

Eixo: “Liberte-se, mulher, desse sonho que te libertem com os braços cruzados.” (Guiomar Cuesta)

Ana Cristina (Mestranda em Serviço Social da UFPE e representante do Movimento Mulheres em Luta da CSP Conlutas)

22.09 (Quarta-Feira)

Oficina: A importância da produção científica para o Serviço Social: conheça nossos núcleos de pesquisa (início: 14h/ Local: Anfiteatro do CCSA)

Representantes dos grupos/núcleos de pesquisa: GET, GEPE, NUPEPS, ARCUS, GRAPP, NEPPS, NEPHSA...


23.09 (Quinta-Feira)

Mesa: “Ainda Não Acabou!”* Questões atuais e debates sobre a construção de uma concepção de Movimento Estudantil (início: 16h / Local: Anfiteatro do CCSA)

Leonardo Bulhões – Estudante de Música da UFPE e membro da ANEL (Assembleia Nacional dos Estudantes – Livre)

Íris Pontes - Estudante de Serviço Social da UFPE e representante do Coletivo De que Lado Você Samba?

Representante do D.A. de Serviço Social – UFPE


24.09 (Sexta-Feira)

Mesa: O papel transformador da cultura e da arte e seus reflexos na universidade (início: 10h / Laguinho da UFPE)

Walmir Arcanjo – Professor, artista e membro da CSP-CONLUTAS
Felipe Gondim – Estudante de Ciências Sociais da UFPE e membro do Coletivo Não Pare na Pista

Roda de Samba Cadê o R.U.?: De que lado você SAMBA? (12h no laguinho da UFPE) com feijoada a R$2,00