Coletivo De Que Lado Você Samba?


domingo, 26 de setembro de 2010

Rumo ao Primeiro Congresso da ANEL!!! Em 2011

Assista o vídeo do 1° Congresso da ANEL no Youtube!



Carta a todo movimento estudantil independente do Brasil
Todos ao 1º. Congresso da ANEL!

O movimento estudantil brasileiro já deu provas de sua força em diversos momentos da história do país. Seja na luta pelo petróleo, contra a ditadura, por democracia e educação pública ou pelo “Fora Collor”, os estudantes mobilizados sempre tiveram protagonismo no desenrolar dos rumos do Brasil. Quando aliados aos trabalhadores, a força da luta estudantil pôde impulsionar os caminhos mais progressivos a serem construídos. Somos, em primeiro lugar, estudantes de todo o país que seguem acreditando nessa força.
Há, no entanto, um desafio inédito para o movimento estudantil que resta à atual geração de lutadores responder. A falência política da entidade mais tradicional no país, construída por tantos e tantos jovens brasileiros, exige a mais ousada perseverança daqueles que não se venderam. A velha União Nacional dos Estudantes já não existe mais. Dela resta apenas uma sigla, sempre associada, nos últimos anos, à vinculação sem princípios ao governo Federal. A independência política foi rasgada, em troca de um lugar cativo nos palanques do governo e confortáveis gabinetes do Ministério da Educação. Assim, a UNE abandonou os estudantes lutadores, em favor da companhia de novos amigos, como Sarney, Collor e Severino Cavalcanti. E, assim, a antiga catalisadora de sonhos e conquistas da juventude brasileira já não é mais do que uma mesquinha máquina de propaganda oficial.
Mas, felizmente, não são poucos os estudantes, país afora, que simplesmente não se adaptam a essa situação. A traição pôde matar a nossa entidade, mas não sufocou nossa rebeldia. E foi, precisamente, da resistência ao conformismo que nasceu a Assembléia Nacional dos Estudantes – Livre, a ANEL. Aquele Congresso Nacional de Estudantes, em 2009, que fundou a nova entidade, sabia que sua responsabilidade não era simplesmente a de criar um novo aparato. O esforço a se fazer era, sobretudo, o de manter viva a independência do movimento estudantil, em base a um programa de defesa intransigente da educação pública - em unidade justamente com aqueles que mais se vêem afastados da plenitude desse direito: os trabalhadores.
Hoje, completado o primeiro ano de vida da ANEL, aqueles estudantes que ousaram dar um passo rumo ao novo, têm muito a comemorar. Lutaram contra a desconfiança e o ceticismo e agora vêem seu projeto ir adiante. Eles sabem que, frente ao corte de verbas na educação durante a crise econômica mundial, foi importantíssimo ter uma entidade nacional lutando pela educação, enquanto a UNE permanecia calada. Sabem da importância de ter uma entidade nacional gritando “Fora Sarney”, ao passo que a UNE lavava as mãos frente aos escândalos de corrupção.
A solidariedade aos trabalhadores do Haiti, vítimas da ocupação militar e do terrível terremoto, além da luta pelo petróleo para o Brasil, encontraram na ANEL um catalisador entre os estudantes. O novo ENEM, com a imensa campanha publicitária que o acompanhava, também teve na nova entidade uma voz de resistência. Além de suas campanhas gerais, a ANEL segue em luta pela qualidade no ensino brasileiro – ameaçada pela escassez de verbas e pelos projetos de privatização.
E é com orgulho que a entidade dá sua contribuição ao resgate de concepções que pareciam perdidas. A concepção de um movimento estudantil aliado aos trabalhadores, ao manter-se filiada a CSP-CONLUTAS, assim como a democracia em suas decisões, tomadas em fóruns controlados pela base dos estudantes.
Assim, a ANEL valoriza sua curta trajetória, mas, sobretudo, encara o futuro como um imenso desafio. Em primeiro lugar, a ANEL quer seguir impulsionando a unidade do movimento estudantil combativo. Nas iniciativas unitárias, nas chapas conjuntas nas eleições das entidades e na luta concreta do cotidiano, a entidade deve prosseguir orientada a rechaçar toda autoproclamação e lutar ombro a ombro com todos aqueles que se mantém com independência – seja os que constroem a ANEL ou não. Ao mesmo tempo, desenvolver o patrimônio já acumulado pela entidade deve estar a serviço da luta pelo programa da educação pública, gratuita e de qualidade.
Portanto, na perspectiva de fortalecer a capacidade de luta do movimento estudantil, a ANEL convoca o conjunto dos estudantes lutadores brasileiros para seu 1º. Congresso Nacional, no ano de 2011. Esse congresso, que poderá dar forma mais acabada à entidade, terá também a missão de coordenar e organizar nacionalmente as lutas do movimento estudantil. Sabemos que o Congresso da UNE é incapaz de cumprir essa tarefa, porque estará totalmente submetido ao governo federal. Assim, nosso congresso está de portas abertas a todos aqueles que não venderam, pois a unidade entre esses é que pode arrancar conquistas frente a governos e reitorias. Por isso, contamos com a presença em nosso congresso dos lutadores que ainda não estão na ANEL, a fim de fazerem uma experiência com a organização de nossa entidade.
A organização do 1º. Congresso da ANEL e o debate na base em torno a ele começam dede já. A Comissão Organizadora estará aberta a adesão de quaisquer entidades ou ativistas que queiram tomar parte em suas decisões. Essa comissão definirá a data, o local, o formato, a programação e tudo o que é necessário para organizar um grande e vitorioso congresso. É hora de grêmios, centros acadêmicos, DCE´s e executivas de curso se somarem a esse processo e darem sua cara ao desafio que estamos construindo.

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